domingo, 22 de novembro de 2015

A Casa

Bom dia leitores e leitoras de Engelsblüt,


Nós, Mal'akh C. Alberack e Mianaahí W. Alberack, pedimos desculpas pela demora quanto à postagem na página, estivemos com alguns problemas e nos impossibilitou de postar qualquer coisa.

Mas vamos lá que hoje trago à vocês um conto de terror.

Divirtam-se ao sabor da Casa.



" - Na noite tudo cria vida; todas as coisas inanimadas vêm a desiludir tal palavra. Até mesmo as coisas mais inimagináveis criam vida... Não concorda, casa querida?".

Numa noite de luar, perdida entre as florestas densas de Paranapiacaba, existe uma casa; uma casa coberta de musgos e a anos, abandonada. Diz a lenda, que seus antigos donos ouviam o farfalhar das folhas das árvores se agitarem próximas da casa, ouviam sussurros de vozes que viam com os ventos, soprando os murmúrios e lamentações daqueles que habitam o mundo dos mortos... e hoje, contarei uma dessas histórias:
Era um fim de tarde, um sábado, talvez, quando um grupo de jovens adentrou a floresta, seguindo os passos de uma jovem garota, que aparentava ter uns 15 ou 16 anos de idade. Uma garota negra, longos cabelos em estilo dread com um vestido preto, que descia-lhe até arrastar na alta grama que antecedia a imensa casa abandonada, que era o objetivo da garota.
- Vamos Kelly, vamos voltar - diz uma garota - que não passava de seus 12 anos - para a negra a sua frente - Mamãe e papai não vão gostar de ter te seguido até esta casa abandonada. Eles jamais vão nos perdoar por ter desobedecido.
- Fica calada Michelle, eles não vão saber que estivemos aqui - diz a negra, parando a frente e olhando para Michelle - Aliás, só vamos dar uma olhada na casa e saber o motivo do porquê não deixam as crianças brincarem aqui.
Desviando o olhar, Kelly olha atrás de Michelle, e vê o restante do grupo se aproximando, com eles, uma garota de num máximo 17 anos, pele clara, seios fartos e loura, que está de mãos dadas com um outro garoto. Não suporto esta Bárbara com o namoradinho dela, Filipe, pensa Kelly, para onde a vaca vai, o boi tem que ir atrás? Filipe é um garoto negro, com seu cabelo "estilo Neymar" e uma barba crescendo em sua face, é um tanto gordinho e, como Kelly bem sabia, um safado e tanto!
- Ora, ora... - indaga Filipe - vejo que estão com medo de se aproximar da casa...
- Mas é claro que não estamos - responde com rispidez Kelly - Não tenho medo e sabe muito bem disso. Estamos é esperando vocês quatro chegarem, nunca vi, a cada minuto parar para ficar se agarrando.
Mais atrás, outro casal se aproxima, é Maxwell e Roberto, como sempre dizia Kelly, o casal gay mais lindo de todo o mundo. Maxwell é um garoto de seus 19 anos, loiro e com um cabelo maior e melhor do que o de muitas garotas da sua idade. Todas as meninas na escola tinham inveja dele, pois era o mais gato de todos os meninos e namorava o segundo mais gato da escola. Roberto, um menino um tanto afeminado de seus 17 anos, era andrógino e muito bonito. Seus cabelos longos e negros, lhe davam a aparência de sedutor e, ao mesmo tempo, a de uma garota malvada. Com seu estilo gótico, jamais se recusara a um relacionamento, que o daria status perante os colegas de escola.
- Nossa, por que vocês estão parados? - questiona Roberto - Decidiram que tudo isso é uma brincadeira de criança e que já estamos grandinhos demais para brincar de curiosos? Eba!
- Não, é claro que não - responde Kelly já nervosa - Só esperando vocês.
Após alguns minutos de intrigas, os jovens continuam seu caminho rumo a casa abandonada. Um velho caminho de cascalhos, que estava totalmente em coberto por conta da grande quantidade e altura da grama.
- Nossa, ela é assustadoramente sinistra... - indaga Maxwell admirando a construção rústica a sua frente.
A casa, uma construção muito antiga, não há mais portas nem janelas, apenas uma casa de tijolos e madeira totalmente coberta por musgos e folhagens das árvores presentes no local. Com um ar de mistério e perigo, a casa trás uma sensação de que seus antigos donos a muito deixaram de habitar o local.
- Vamos entrar, já está ficando tarde - diz Michelle já preocupada com que os pais percebessem a ausência das meninas de casa - papai e mamãe ficarão furiosos com a gente Kelly.
- Fica calma Miih, nós vamos chegar em casa antes do papai e da mamãe - responde num sussurro Kelly.
O sol já estava se pondo quando o grupo de jovens decidiu, por fim, adentrar a  imensa casa. Ao passarem por uma das imensas e antigas árvores, farfalhou com o sopro gélido do vento do fim de tarde de Paranapiacaba. Os jovens logo se arrepiaram ao sentir o toque do vento e um leve arrepio na espinha, os fizeram temer o que poderiam encontrar dentro da casa.
- Vamos, parem de temer o que não existe! - sussurra Bárbara para o grupo, como quem quis dizer: Parem de ser crianças e ter medo do Bicho-Papão!
Sem nem mesmo se importar com a indagação de Bárbara, Kelly continua entrando na casa, sem ao menos olhar para trás. Kelly então ouve alguns sussurros e risadas baixas vindos de mais a frente, com os dedos rígidos e as pernas quase duras querendo parar, duas criaturas saem por de trás de uma das pilastras imensas e repletas de galhos e folhas. Kelly então cai no chão e grita, sentindo que seus últimos dias de vida estariam agora se esvaindo...
Em segundos, gargalhadas altas irromperam por todo o local. Ao abrir os olhos, Kelly vê que as "criaturas" saídas das pilastras, na verdade eram dois colegas de classe, Artur e Márcio. Olhando para trás, já se levantando e com uma face vermelha de raiva e vergonha, ao mesmo tempo, vê sua irmã e seus amigos que a seguiram, caídos no chão e rindo sem parar.
- Mas o que foi isso? - questiona Roberto - Você não disse que não tnha medo? Caiu feito uma patinha kkkk'
- Parem de rir! - grita Kelly que nesse momento, sendo algo frio tocar-lhe a pele - E me solte Artur, seu ridículo!
Mas não teve tempo de conferir se realmente era seu amigo, seus colegas se calaram e olhavam fixamente para Kelly.
- O que foi irmã - pergunta Michelle, já com medo da irmã conversando sozinha - não há ninguém ai atrás, os meninos já estão aqui.
Olhando para os lados, Kelly vislumbra seus colegas que a assustaram de costas com as paredes laterais, e de relance, vê uma mão espectral a segurá-la pelo ombro esquerdo e outra em seu ombro direito.
Num grito, seus colegas a perdem de vista, quando uma lufada muito forte de ar adentra a casa e cega-os com os cascalhos e galhos voando por todos os lados. Com a força do vento, Roberto, Maxwell, Bárbara, Filipe, Artur e Márcio são jogados para fora da casa e uma escuridão mortífera recai sobre o local, impossibilitando-os de enxergar qualquer movimentação entro da casa abandonada.
Lá de dentro, ouviram gritos, a força de algo pesado batendo nas pilastras de mármore e quebrando o que não foi destruído anteriormente pelo tempo. Eles gritaram e tentaram adentrar a casa, mas algo invisível os impedia.
Após longos segundos, tudo ficou no mais límpido silêncio. Até o cair das folhas podia ser ouvido. E então apenas um grito lá de dentro:
- Não entrem, ou vão sofrer como eu sofri!
A voz claramente era a de Kelly, mas preocupados, alguns saíram correndo, deixando apenas a pequena Michelle de pé em frente a porta aos prantos...
- Kell... Kell? - pergunta em meio de soluços a criança - Você está ai Kell?
Ela então segura em um dos lados onde deveria haver uma porta e sente o cheiro de algo velho, antigo. E resolve entrar para procurar sua irmã. Sabia que se voltasse para casa sem ela seus pais ficariam preocupados. Por que você não nos visou que iriam para lá? Vocês são burras? Já disse para as duas não irem para a casa abandonada!, Michelle até já podia ouvir a voz do pai brigando com ela.
Michelle entra na casa e vê tudo mobiliado, mas o que aconteceu aqui? Antes, a casa inteiramente caindo aos pedaços, agora se transformara em um belo casarão. Com ornamentos de época e uma música que Michelle não sabia reconhecer. Mas que estranho, isso não estava aqui a alguns minutos atrás... pensa consigo mesma que está dormindo. Provavelmente irei acordar daqui a pouco de pijama e toda molhada de medo...
Ela então sobe para o segundo andar, por uma escada ornamentada com o que parecia mármore branco com entalhes de anjos, mas todos sem suas vestes normalmente usadas, eles estão... nus. Lá em cima, vislumbrara todas as sensações de: encanto e pavor; e tudo que está por esses extremos.
Mais à frente, um corredor se estendia, dando acesso a apenas uma única porta de bronze, nela, ornamentos que Michelle não sabia distinguir o que eram palavras de meros "desenhos". Se eu fizesse isso na porta de casa, pensou, papai e mamãe iriam me bater...
- Kelly? Você está aqui?
De repente, Michelle ouve alguns sussurros vindo por detrás da porta. Se aproxima mais, e batidas fracas, no que pareceu, no chão do andar abaixo, mas não arriscou olhar. Prestes a tocar a maçaneta, a porta se abre vagarosamente e apenas um filete de luz se projeta para fora do cômodo. Um leve farfalhar atrás, a faz olhar, mas nada vê. Seguindo seus instintos de curiosa, como qualquer criança, Michelle então adentra o local.
Nossa, que escuro, pensa após entrar na sala imersa em um breu total. Quando menos esperava, a garota se assusta, ao ascender de uma chama de vela no meio do aposento. Após alguns segundos, Michelle se aproxima da chama que ao tentar tocá-la, a mesma se afasta e como se por magica, se transporta para outro canto da sala.
Novamente, Michelle tenta pegar a vela, mas, como da última vez, de súbito, parte para outro lado.

- Eu cancei de brincar! - grita Michelle.

 Então Michelle vislumbra a vela flutuar acima de sua cabeça. Atrás da chama da vela, uma face assustadora, que a fez ir para trás. A face, meio deformada de uma mulher emergiu das sombras e à luz da única iluminação do quarto, seus olhos brancos brilhante cintilaram perante a luz da chama e num sorriso macabro... se apaga.






 Nesse momento, Michelle solta um grito, ao sentir uma mão espectral e fria, grande e áspera lhe agarrar o pescoço. Por um momento, sentiu que ficaria sem ar,  e tentando forçar a mão espectral soltar-lhe, mas em vão, fechou os olhos, sou muito pequena para tentar fugir, pensou. Logo, a sensação de ar entrando por seus pulmões foi fazendo-a abrir os olhos e ver uma luminosidade tão intensa, que juraria estar próxima do sol.

Ao acostumar os olhos à claridade intensa do ambiente, Michelle percebe que está rodeada por pessoas de branco, com máscaras e em suas mãos segurando velas e vindo em sua direção.






Após um momento de pânico, Michelle grita e corre na direção das pessoas que não saem do lugar, mas Michelle passa POR ENTRE elas. Encontrando a porta, Michelle a abriu e correndo até as escadas, percebe que ela sumiu.

Olhando para trás, vê que as pessoas estão andando em sua direção. Com o medo enchendo-lhe a mente e as pernas já tremendo, que não mais conseguia aguentar, jogou-se ao chão, no andar debaixo.

Michelle, pensando no tombo que tomaria, esqueceu-se de abrir os olhos, e ao aterrissar, não sente dor, mas um leve choque ao sentir algo macio, por sob seu corpo. Ao abrir os olhos, Michelle vislumbra onde caiu.

O corpo de Kelly está estirado ao chão, sua cabeça virada em 180º, com olhos aterrorizados, fitavam os de Michelle, que logo se levanta e vê o ambiente cheio de pessoas mascaradas e com velas em suas mãos.

- Minha querida Michelle - diziam as vozes em uníssono - venha para nós, estamos aguardando a chega da Escolhida.

- Me deixem em paz, eu quero sair daqui - gritava protestando Michelle quando se ergueu e, girando nos calcanhares olhando para todas aquelas criaturas horripilantes a sua volta - Me deixem passar, não quero mais ficar aqui!

- Venha para nós, Escolhida. Venha e terá a vida eterna como nós.

Michelle consegue, então, vislumbrar a saída, sua única chance seria passar por todos ali e correr em direção à porta. Num momento angustiante, quando não mais sentia medo, mas foi inundada de determinação, Michelle, de solavanco, corre em direção às pessoas.

Sei que posso passar, pensou, e vou passar!

Inesperadamente, ela esbarra nas pessoas.

- Não pode sair, querida - diziam as vozes - venha para nós!

Nesse momento, as pessoas se aproximaram mais e mais rápido, até formarem um círculo em volta de Michelle. Sem saber o que fazer, ela só consegue se abaixar e fechar os olhos. Por alguns instantes, pensou ter escutado um farfalhar e murmúrios, quando então, um silêncio estrondoso tomou conta do andar...

Ao abrir seus olhos, Michelle se vê de pé, encarando todos a sua volta. Eles então olham para ela com um ar de desconfiança e horror, Michelle, sem saber direito o que fazer, tenta andar, mas algo a prende no chão. Vendo sua condição, o círculo então se aproxima de Michelle que imediatamente fecha seus olhos e como por reflexo, quando a primeira mão se estendeu até ela, se jogou no chão, onde todos a sua volta perceberam a chance...

Poucos segundos depois, uma dor lascinante invadia todo o corpo de Michelle, sentia sua carne sendo tirada de seu corpo; sentia seus dedos inteiramente sendo destroçados e arrancados de suas mãos; seus pés... bem, nem mais os sentia mexer. E foi então que abriu seus olhos e viu todas as pessoas em volta de seu corpo.

Estava em cima de uma pedra entalhada, que mais parecia um altar. A sua volta não mais via a casa mobiliada de antes, mas a abandonada casa que vieram visitar. Aos gritos e murmúrios, não largaram sua carne, Michelle tenta se mover, mas vê que está amarrada dos pés à cabeça e clama por ajuda, mas nada nem ninguém poderá a ouvr, já que aquele local era isolado e não haviam motivos para alguém vir até ali. Exceto nós, pensou em meio ao choro de dor, os curiosos...


Já perdendo sua consciência, Michelle, apenas clama que não demore mais para que seu fim chegue; já estava suportando dores por muito duradouras e não queria mais aquilo. Eu quero acordar, repete implorando, quero acordar e ver que tudo não passou de um sonho...

 E então seu mundo se apaga, e como num último suspiro, ouve a voz de sua irmã...

- Venha Michelle... venha para junto de mim, mamãe e papai te esperam.






OBS: Conto de minha autoria, Mal'akh C. Alberack . Por favor não copie! Mas comente o que achou. Mandem sugestões para o email : zandrack.kaique@gmail.com e terei o prazer de escrever mais contos sobre o assunto que quiserem. Visite também o Facebook: Kaique Nascimento e adicionarei todos como amigos.

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